Dois pesquisadores da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) estão envolvidos na recente
descoberta da mais velha estrela gêmea do Sol já identificada, com 8,2
bilhões de anos. Os professores José Dias do Nascimento e Matthieu
Castro, ambos do Departamento de Física Teórica e Experimental (DFTE),
fazem parte da equipe de quatro pesquisadores, liderada pelo professor
Jorge Melendez, da Universidade de São Paulo (USP).
A estrela, que foi batizada de Hipparcos
102152, ou HIP 102152, fica a 250 anos-luz de distância do nosso
planeta, localizada na constelação de Capricórnio. Para sua observação,
foi necessária a utilização do Very Large Telescope (VLT) do
Observatório Europeu do Sul (ESO), que se encontra no norte do Chile,
durante um período de 40 noites.
As observações sugerem que HIP 102152
possui planetas rochosos em sua órbita, tais como Vênus, Mercúrio e
Terra e que sua temperatura, gravidade e composição química são
similares às do Sol. Essa descoberta oferece aos cientistas a
possibilidade de entender como o nosso astro vai envelhecer nos próximos
bilhões de anos.
A pesquisa mostrou ainda que, como
acontece com o Sol, a estrela gêmea apresenta níveis muito baixos de
lítio. Tal fato demonstra pela primeira vez que astros mais velhos e
semelhantes ao nosso Sol perdem esse elemento químico ao longo da vida,
ajudando a solucionar um “mistério” que já durava 60 anos na
astrofísica.
O caminho da pesquisa agora, até 2015, é
detectar novas estrelas gêmeas, mais velhas e também mais novas, que
possam ajudar a entender melhor a dinâmica de envelhecimento solar. A
descoberta de "superterras", com massa entre 5 e 10 vezes maiores que a
nossa, também é uma meta.
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