
O desafio do MEC, das secretarias de Educação dos estados, Distrito
Federal e municípios e de universidades públicas, segundo o
coordenador-geral do ensino fundamental da SEB, Ítalo Dutra, é criar
currículos diferenciados e atrativos que motivem esses estudantes a
concluir o ensino fundamental e a fazer o ensino médio. “Eles não são
crianças. São jovens com experiência, que precisam de atendimento
escolar motivador para seguir estudando”, afirma.
O trabalho conduzido pela Diretoria de Currículos e Educação Integral
da SEB visa a incluir os estudantes de 15 a 17 anos, retidos no ensino
fundamental por sucessivas repetências, em escolas com jornada ampliada
ou educação integral. Este ano, 2.347 escolas públicas aderiram à ação
denominada Mais Educação, destinada a jovens nessa faixa etária. O
objetivo principal da iniciativa é orientar a criação de espaços
escolares para o protagonismo juvenil.
Até 2012, de acordo com Dutra, a repetência escolar era mais
acentuada nos anos iniciais do ensino fundamental, situação que deve ser
modificada com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, que
começou a ser executado em 2013. Para ele, ao alfabetizar todas as
crianças até os oitos anos de idade — o objetivo do pacto —, será
estancada a distorção idade–série e reduzida de forma significativa a
retenção de estudantes nos anos finais, como acontece hoje e é
comprovado por dados do Censo Escolar.
O seminário Política de Adequação Idade–Ano Escolar para Jovens de 15
a 17 Anos Retidos no Ensino Fundamental vai reunir em Brasília os
coordenadores do programa Mais Educação de todas as unidades da
Federação e suas capitais. Participam também 30 estudantes e seus
professores e representantes de universidades públicas e das secretarias
Nacional da Juventude e de Políticas de Promoção da Igualdade Racial,
ambas da Presidência da República.
Na região Sudeste, São Paulo é o que soma o maior número de jovens em
tal situação — 384,6 mil, dos quais 377,6 mil em áreas urbanas,
conforme a tabela.
No Nordeste, a Bahia tem 325,2 mil alunos com 15 a 17 anos ainda no
ensino fundamental (237,2 mil em áreas urbanas). Na região Norte, o Pará
aparece com 201,7 mil nessa situação (128,8 mil em áreas urbanas). No
Sul, o Rio Grande do Sul é o estado com mais alunos nessa condição. São
155,9 mil (138,3 mil nas áreas urbanas). No Centro-Oeste, Goiás tem 89,9
mil desses estudantes (85,5 mil em áreas urbanas).
Ionice Lorenzoni
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