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Em 2014, 100% das vagas dos cursos presenciais da UFRN serão preenchidas pelo SISU |
Estudar manhã, tarde e noite. Essa foi a rotina de Marina Caldas
durante o ano de 2013, até a realização das provas do Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM). Aos 18 anos, Marina pleiteia uma vaga no Curso de
Medicina, um dos mais concorridos da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN), como em várias outras instituições de ensino superior
do país.
Marina Caldas conta que começou a se preparar para o ENEM em janeiro.
Assim como ela, mais de sete milhões de pessoas em todo o país se
inscreveram no Exame e tentarão uma vaga em uma das universidades que
aderiram ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que usa as notas do
ENEM para a seleção dos alunos.
Quando for divulgada a nota da prova, a jovem pretende utilizá-la no
processo seletivo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
A Instituição adotou o SiSU em 2012, para ingresso no ano letivo de
2013, destinando 50% das vagas, dos mais de 50 cursos que oferece, para
candidatos que se inscreveram no Exame Nacional. Em 2013, por resolução
do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) da Universidade,
100% das vagas para os cursos presenciais em 2014, serão preenchidas
pelo Sistema de Seleção Unificada.
“Quero a UFRN porque sei da qualidade do ensino”, aponta Marina.
Segundo ela, os estudos foram intensos. Com aulas pela manhã e, muitas
vezes, à tarde, ela reservava, em média, seis horas por dia para
estudar. “Quando chegava em casa, começava às sete horas da noite e só
parava à meia-noite. Também fazia muitas listas de exercício”, relata.
A estudante conta que no início não gostou de saber que a UFRN iria
aderir ao SiSU, mas depois mudou de opinião. “O preço do vestibular
ficou barato, isso possibilita que pessoas que têm menos condições o
façam”, comenta. Marina também acredita que as 180 questões aplicadas
pelo Ministério da Educação (MEC), organizador do ENEM, trazem temas
mais diversificados, que parecem tornar as provas mais próximas da
diversidade de conteúdos apreendidos em sala de aula.
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Estudante Marina Caldas se preparou, desde janeiro, para o ENEM |
Em consonância com o que apontou a estudante, o pró-reitor de
Graduação da UFRN, Adelardo Adelino Dantas de Medeiros, ressalta que uma
das razões de a Instituição aderir ao SISU é que com o novo sistema, os
interessados passam a ter mais chances de ingressar no ensino superior e
mais conforto para realizar os exames.
Ele explica como o SiSU facilitou a participação de estudantes de
cidades do interior. “Antes, com o Vestibular elaborado pela própria
UFRN, as provas eram aplicadas em poucos municípios do Rio Grande do
Norte. Com o ENEM, acontece o contrário: ele é distribuído em um número
maior de cidades do estado e isso faz com que questões como a
mobilidade, por exemplo, não atrapalhem o estudante”.
Outra razão para que o CONSEPE fosse favorável à adoção do SiSU,
ressalta Adelardo, é que o MEC já tem o Exame bastante consolidado.
Segundo informou, mais de 100 universidades já utilizam o sistema.
“Algumas o usam de forma parcial, outras já o fazem como requisito total
para a entrada de alunos”, diz. Desde 2009, quando o MEC operou uma
reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio, a UFRN promove reuniões e
audiências para discutir o tema.
A adesão da UFRN à proposta começou aos poucos. Em 2009, quando o MEC
operou uma reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio – com vistas a
sua utilização, como forma de seleção unificada nos processos seletivos
das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), a instituição deu
início a uma série de reuniões e audiências para discutir o tema com a
participação de professores, diretores dos centros acadêmicos e equipe
administrativa da Instituição.
Em 2012, a UFRN adotou o sistema de forma parcial. Segundo o
pró-reitor, para que a mudança não fosse feita de forma brusca, naquele
ano, apenas 50% das vagas seriam preenchidas por candidatos que
obtiveram nota pelo ENEM. A partir de 2014, todas as vagas dos cursos
presenciais serão preenchidas, considerando as notas obtidas no ENEM de
2013. “Demoramos a aderir porque tínhamos uma tradição no nosso
Vestibular. Precisávamos refletir e esperamos o sistema se consolidar
para que optássemos por ele”, esclareceu.
As provas para ingresso na UFRN receberão pesos e exigências de notas
mínimas diferenciadas, de acordo com a área do conhecimento a que
pertence o curso escolhido pelo candidato. As áreas são Biomédica,
Humanística I, Humanística II, Tecnológica I e Tecnológica II.
Para estudantes que desejam entrar em cursos como Dança, Artes
Cênicas ou Música, além do ENEM é necessário que seja feito um Teste de
Habilidade Específica (THE). “É como se fosse uma prova eliminatória, em
que eles devem demonstrar um pouco de domínio naquilo que se propõem a
estudar”, esclarece Adelardo.
No próximo ano, serão reservadas 37,5% das vagas do SiSU para alunos
de escolas públicas, tanto no primeiro quanto no segundo semestre. O
pró-reitor de Graduação explica: “aderimos à Lei de Cotas, que
estabelece que, até 2015, devem ser destinadas 50% das vagas para
cotistas”.
Novidades para Cursos de Graduação
Para os alunos que já estão cursando o ensino superior na UFRN,
também estão previstas mudanças para 2014. Em novembro, o Conselho de
Ensino, Pesquisa e Extensão aprovou o novo Regulamento dos Cursos de
Graduação da Instituição, por meio da resolução nº 171/2013-CONSEPE.
De acordo com Adelardo Adelino, as principais modificações no
regulamento estão relacionadas ao novo sistema de avaliação nas
disciplinas, à flexibilização nos pré-requisitos das matérias e à
criação de turmas de reposição específicas para estudantes que já
cursaram o componente curricular, podendo ser disciplinas, módulos,
blocos ou atividades acadêmicas.
As alterações foram feitas por uma comissão designada pela reitoria,
que apresentou o material aos centros acadêmicos e ouviu as sugestões
encaminhadas por alunos e professores. “Essas mudanças ocorreram com o
objetivo de tornar o ensino na UFRN melhor. Procuramos detectar às
necessidades atuais da Universidade e as introduzimos no novo
Regulamento”, explica o pró-reitor.
Fonte: Agecom UFRN
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