O conhecimento é um tesouro, mas a prática é a chave para alcança-lo. (Thomas Fuller)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Adesão da UFRN ao ENEM amplia oportunidades de ingresso no ensino superior

Em 2014, 100% das vagas dos cursos presenciais da UFRN serão preenchidas pelo SISU
Estudar manhã, tarde e noite. Essa foi a rotina de Marina Caldas durante o ano de 2013, até a realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Aos 18 anos, Marina pleiteia uma vaga no Curso de Medicina, um dos mais concorridos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), como em várias outras instituições de ensino superior do país.

Marina Caldas conta que começou a se preparar para o ENEM em janeiro. Assim como ela, mais de sete milhões de pessoas em todo o país se inscreveram no Exame e tentarão uma vaga em uma das universidades que aderiram ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que usa as notas do ENEM para a seleção dos alunos.

Quando for divulgada a nota da prova, a jovem pretende utilizá-la no processo seletivo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A Instituição adotou o SiSU em 2012, para ingresso no ano letivo de 2013, destinando 50% das vagas, dos mais de 50 cursos que oferece, para candidatos que se inscreveram no Exame Nacional. Em 2013, por resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) da Universidade, 100% das vagas para os cursos presenciais em 2014, serão preenchidas pelo Sistema de Seleção Unificada.

“Quero a UFRN porque sei da qualidade do ensino”, aponta Marina. Segundo ela, os estudos foram intensos. Com aulas pela manhã e, muitas vezes, à tarde, ela reservava, em média, seis horas por dia para estudar. “Quando chegava em casa, começava às sete horas da noite e só parava à meia-noite. Também fazia muitas listas de exercício”, relata.

A estudante conta que no início não gostou de saber que a UFRN iria aderir ao SiSU, mas depois mudou de opinião. “O preço do vestibular ficou barato, isso possibilita que pessoas que têm menos condições o façam”, comenta. Marina também acredita que as 180 questões aplicadas pelo Ministério da Educação (MEC), organizador do ENEM, trazem temas mais diversificados, que parecem tornar as provas mais próximas da diversidade de conteúdos apreendidos em sala de aula.

Estudante Marina Caldas se preparou, desde janeiro, para o ENEM
Em consonância com o que apontou a estudante, o pró-reitor de Graduação da UFRN, Adelardo Adelino Dantas de Medeiros, ressalta que uma das razões de a Instituição aderir ao SISU é que com o novo sistema, os interessados passam a ter mais chances de ingressar no ensino superior e mais conforto para realizar os exames.

Ele explica como o SiSU facilitou a participação de estudantes de cidades do interior. “Antes, com o Vestibular elaborado pela própria UFRN, as provas eram aplicadas em poucos municípios do Rio Grande do Norte. Com o ENEM, acontece o contrário: ele é distribuído em um número maior de cidades do estado e isso faz com que questões como a mobilidade, por exemplo, não atrapalhem o estudante”.

Outra razão para que o CONSEPE fosse favorável à adoção do SiSU, ressalta Adelardo, é que o MEC já tem o Exame bastante consolidado. Segundo informou, mais de 100 universidades já utilizam o sistema. “Algumas o usam de forma parcial, outras já o fazem como requisito total para a entrada de alunos”, diz. Desde 2009, quando o MEC operou uma reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio, a UFRN promove reuniões e audiências para discutir o tema.

A adesão da UFRN à proposta começou aos poucos. Em 2009, quando o MEC operou uma reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio – com vistas a sua utilização, como forma de seleção unificada nos processos seletivos das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), a instituição deu início a uma série de reuniões e audiências para discutir o tema com a participação de professores, diretores dos centros acadêmicos e equipe administrativa da Instituição.

Em 2012, a UFRN adotou o sistema de forma parcial. Segundo o pró-reitor, para que a mudança não fosse feita de forma brusca, naquele ano, apenas 50% das vagas seriam preenchidas por candidatos que obtiveram nota pelo ENEM. A partir de 2014, todas as vagas dos cursos presenciais serão preenchidas, considerando as notas obtidas no ENEM de 2013. “Demoramos a aderir porque tínhamos uma tradição no nosso Vestibular. Precisávamos refletir e esperamos o sistema se consolidar para que optássemos por ele”, esclareceu.

As provas para ingresso na UFRN receberão pesos e exigências de notas mínimas diferenciadas, de acordo com a área do conhecimento a que pertence o curso escolhido pelo candidato. As áreas são Biomédica, Humanística I, Humanística II, Tecnológica I e Tecnológica II.

Para estudantes que desejam entrar em cursos como Dança, Artes Cênicas ou Música, além do ENEM é necessário que seja feito um Teste de Habilidade Específica (THE). “É como se fosse uma prova eliminatória, em que eles devem demonstrar um pouco de domínio naquilo que se propõem a estudar”, esclarece Adelardo.

No próximo ano, serão reservadas 37,5% das vagas do SiSU para alunos de escolas públicas, tanto no primeiro quanto no segundo semestre. O pró-reitor de Graduação explica: “aderimos à Lei de Cotas, que estabelece que, até 2015, devem ser destinadas 50% das vagas para cotistas”.

Novidades para Cursos de Graduação

Pró-reitor de Graduação da UFRN, Adelardo Adelino Dantas de Medeiros, ressalta que, com o novo sistema, os interessados passam a ter mais chances de ingressar no ensino superior e mais conforto para realizar os exames
Para os alunos que já estão cursando o ensino superior na UFRN, também estão previstas mudanças para 2014. Em novembro, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão aprovou o novo Regulamento dos Cursos de Graduação da Instituição, por meio da resolução nº 171/2013-CONSEPE.

De acordo com Adelardo Adelino, as principais modificações no regulamento estão relacionadas ao novo sistema de avaliação nas disciplinas, à flexibilização nos pré-requisitos das matérias e à criação de turmas de reposição específicas para estudantes que já cursaram o componente curricular, podendo ser disciplinas, módulos, blocos ou atividades acadêmicas.

As alterações foram feitas por uma comissão designada pela reitoria, que apresentou o material aos centros acadêmicos e ouviu as sugestões encaminhadas por alunos e professores. “Essas mudanças ocorreram com o objetivo de tornar o ensino na UFRN melhor. Procuramos detectar às necessidades atuais da Universidade e as introduzimos no novo Regulamento”, explica o pró-reitor.

Fonte: Agecom UFRN


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